Deixo aqui um texto que li a muito tempo atrás que me identifiquei bastante. Compartilho com vocês então...
"Minha vida é pêndulo. Oscilo entre o bem que desejo e o mal que rechaço. Sei que minhas sombras não são todas ruins e minhas luzes não são todas boas.
Minha vida é sístole e diástole, fluxo e refluxo. No vai e vem de minhas emoções choro e rio, fico e vou. Não receio mostrar covardia e hesito nas coragens.
Minha vida é dança na encosta do abismo. Prestes a despencar, no limite do perigo, corro o risco de tornar-me o fiasco do milênio. Mesmo assim, jogo e aposto atrevidamente. Mesmo sabendo que posso ferir-me, enfrento a corda bamba.
Minha vida é estrada esburacada. Nos solavancos das crateras que se abriram pelo caminho, tento aprumar-me. Não quero perder a direção. Vou por trilhas menos pavimentadas, mas vez por outra, cansado, prefiro cortar caminho.
Minha vida é simultaneidade de satisfação e fome. Os desejos cumpridos deixam sobra, um resíduo, de desprazer. Porém por mais que as inadequações se mostrem onipresentes, celebro contente a minha sorte.
Minha vida é, ao mesmo tempo, vitrine e caverna. Convivo com plataformas e microfones. Falo para plateias. Sou fascinado por silêncios, por alcovas. Audaz com multidões e tímido com pessoas, opto por poucas palavras, Mas, dou a mão à palmatória, falo pelos cotovelos.
Minha vida é mescla de certeza e imprecisão. As dúvidas não me abalam, mas as certezas me confundem. Gosto de questionar e não tenho medo de ficar sem resposta. Os absolutos me incomodam, os dogmas me inquietam, mas exatidões me deixam suspeitoso.
Minha vida é ameaça e benção. Consciente dos ódios que ja provoquei, vivo inseguro; sempre procurando redenção. Entusiasmado com a benção de ser um instrumento de Deus, alço o voo da águia; sempre ousando novos desafios.
Minha vida é mistura de morbidez e sede de viver. Aguardo o apagar das luzes, reconheço a iminência do meu fim. Contudo, procuro desdobrar os minutos em 'nano-frações' de felicidade.
Minha vida é preocupação despreocupada. Temo as contingências, mas o insólito me entusiasma. Repito aos quatro ventos que dores e alegrias entram na fabulosa receita desta existência, que o Criador prejetou livre. Não há nada mais deslumbrante que a angústia, e nada mais surpreendente que a felicidade."
Soli Deo Gloria
Por: Ricardo Gondim
(Obs. As letras em itálico são alterações minhas.)

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