Eu O vi em seus olhos, em seu sorriso, em suas rugas e linhas de expressão que mostravam os anos penosos de sua vida.
Ele chegou como qualquer outro, mas com algo diferente em si... Sua simplicidade, humildade, alegria retraída e tímida fizeram-me inclinar em sua direção e tão somente ouvi-lo e aprecia-lo.
Minha leitura deixei de lado por alguns instantes para focar a atenção somente nele.
Ele chegou como qualquer outro, mas com algo diferente em si... Sua simplicidade, humildade, alegria retraída e tímida fizeram-me inclinar em sua direção e tão somente ouvi-lo e aprecia-lo.
Minha leitura deixei de lado por alguns instantes para focar a atenção somente nele.
Foram poucos minutos, talvez vinte ou trinta, e se mudou algo em seu dia neste pequeno instante, eu realmente não sei e talvez nunca o saiba; porém como águas cristalinas meus olhos e coração receberam graça, e graça do alto por meio deste curto tempo de conversação.
Após colher informações básicas para alimentar minha planilha do trabalho, ele falava a respeito da sabedoria do homem, que construía e infelizmente destruía.
Sua expressão mudava cada vez que falava a respeito de algo.
Sua expressão mudava cada vez que falava a respeito de algo.
A alegria e o sorriso tímido vieram quando falou sobre o chá de cidreira, ou de capim-santo (que tinha plantado em sua casa) e acabava deixando-o mais calmo quando se via em momentos de nervosismo:
- "ixi, as vezes a gente fica bravo, né!?" disse para mim sorrindo e com as mãos no rosto, tentando esconder a vergonha que sentia ao falar sobre o motivo dos chás, mas ao mesmo tempo nenhum pouco preocupado com a forma que o ouviria.
Com grande satisfação e o mesmo sorriso tímido, disse ser bisavô de dois rapazezinhos e contou sobre suas peripécias, ao mesmo tempo em que se inclinava para pronunciar as palavras - já que sua voz, enfraquecida pela idade não o permitia ter um tom mais alto.
A casinha, que disse ter no interior de São Paulo entregava a serenidade do seu olhar, as palavras e a conversa despreocupada com o daqui a pouco.
Perguntei se pelas manhãs ele ouvia o canto dos pássaros, e após um lindo e grande sorriso, como se estivesse esboçando um lindo desenho, com uma das mãos novamente no rosto e nos cabelos brancos escondidos por um boné surrado disse:
- "Ah.. Eu e minha esposa sempre alimentamos eles quando aparecem por lá... Na verdade todos os dias. É bonito demais! Tem a minha rocinha também que eu trabalho e cuido...".
E assim foi contando vagarosamente com brilho nos olhos sobre sua vida e de sua amada, as idas e vindas para São Paulo devido a saúde e o acompanhamento de um médico neurologista para os dois.
Conversamos também sobre as catástrofes e tragédias do Brasil e do mundo. Eu, em minha religiosidade aparente e sem exitar, expus que eram coisas já premeditadas ha tempos; ele, em contrapartida, com sua simplicidade e com o mesmo sorriso no olhar, disse que de acordo com os antigos eram só o começo das dores. Consenti com o menear de minha cabeça.
Fez o que tinha que fazer com seus documentos, veio até mim novamente, agradeceu com um aperto de mão e foi embora, com o mesmo sorriso doce e tímido que chegou...
Meu dia? Ele clareou como as nuvens em tempos onde o sol sem nenhuma vergonha desponta seus raios...
Se ha pessoas com as quais Cristo andou, sem dúvida alguma Sua caminhada foi repleta e floreada por pessoas como estes, que hoje também passam por nós todos os dias, mas que não tem nossa atenção, devido nossa falta de tempo, ou ainda de sua aparência encurvada, seus cabelos brancos e barbas emaranhadas, ou bonés surrados; gente que é gente e até mais humano que nós.
Não se envolve com coisas grandes demais, ou se já envolveu-se, conhece a brevidade da vida e sua fragilidade.
Não tem vergonha de se expôr, de falar sobre os seus dessabores, assim como de suas grandes e simples manifestações de alegria ou seus amores; simplesmente por talvez não ter medo de ser o que se é, e se é alguma coisa, entende ser um maltrapilho, bem vestido ou não, da qual não encontra dignidade em si próprio, mas apenas nAquele se faz tudo em todos... Não ha espaço para falsa modéstia ou uma humildade fingida; são os "pobres em espírito" que o próprio Jesus declarou ser deles o Reino dos céus.
Não tem vergonha de se expôr, de falar sobre os seus dessabores, assim como de suas grandes e simples manifestações de alegria ou seus amores; simplesmente por talvez não ter medo de ser o que se é, e se é alguma coisa, entende ser um maltrapilho, bem vestido ou não, da qual não encontra dignidade em si próprio, mas apenas nAquele se faz tudo em todos... Não ha espaço para falsa modéstia ou uma humildade fingida; são os "pobres em espírito" que o próprio Jesus declarou ser deles o Reino dos céus.
Se aquele senhor conhecia o meu Cristo, eu não sei, mas com certeza eu consegui ver o meu Cristo naquele senhor... em seu sorriso e em seu olhar...
Aos invisíveis muito bem vistos por Aquele que vale a pena ser visto, o meu apreço!!!
Joy








